Sol e Lua são as únicas divindades que não tem imagens,
é inútil fazer estátuas de divindades que todos os dias se mostram no céu.
[parafraseando "Heliogábalo" de Zé Celso]
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" A força que recarrega a pororoca, que faz a lua beber a maré, que faz subir a lava nas entranhas dos vulcões; a força que estremece as cidades e seca os desertos; a força imprevisível e vermelha que cria um enxame em nossas cabeças, tanto de pensamentos como de crimes, e tanto de crimes quanto de piolhos; a força que sustenta a vida e aquela que faz abortar a vida, manifestações sólidas de uma energia dentre as quais o sol é a que tem a aparência mais pesada.
(trecho de "Heliogábalo ou o anarquista coroado" de Antonin Artaud.
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o terrível esforço de não pensarem só como humanos,
de manterem o contato com a Criação Inteira.
[parafraseando "Heliogábalo" de Zé Celso]
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No equilíbrio não há deus. Os deuses nasceram da separação das Forças e morrem na reunião d'Elas.
[parafraseando "Heliogábalo" de Zé Celso]
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Obcenidades. Origem dos Excessos.
Alta Mística Devassa. [parafraseando "Heliogábalo" de Zé Celso]
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Heliogábala veio do Sol,
se rendeu ao Sol,
se renovou com o Sol.
Aos cinco anos de idade, Moesa a consagra ao Sol,
reestabelecendo a cadência imaculada,
a realidade de sua descendência,
expondo como era preciso os fogos cruzados dos Raios Celestes
do qual seu corpo se tornou Espelho.
Época de sangue e crueldade
[parafraseando "Heliogábalo" de Zé Celso]
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Moesa, a avó:
Decido agora que Elagabalus, minha neta, será rainha!
Primeiro ela tem a Beleza,
o porte físico de rainha;
mas acima de tudo,
tem de uma verdadeira rainha
a ascendência espiritual.
É da linhagem das rainhas sacerdotizas de Emesa
Da genealogia das rainhas solares
sua filiação é incontestável
Heliogábala tem o direito de reinar
[parafraseando "Heliogábalo" de Zé Celso]
Eu [Moesa] sou a ordenadora
sou quem torna inviolável o ouro,
sou que forja tesouro das guerras,
E perecerá sobre meus pés
quem se recusar a crer na Sagração de uma Monarca de 14 anos
Aqueles que heliogábala não seduzir
Serão cegados pelo Sol do Meio-Dia
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Apareceu nos croquis pouco ou quase náda de púrpura, a cor do manto dos imperadores
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Heliogábala:
Sangue! Corre!
Derrama sangue de guerra!
Sangue de inimigo!
Soldados! Inimigos militares Belos Cadáveres!
[parafraseando "Heliogábalo" de Zé Celso]
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O sol mudou,
recebe na face os raios do pôr-do-sol
cheiro de sangue
de poeira
de morte
de couro queimado
um rugido ensurdecedor de ferragem
os uivos estridentes dos feridos
[...]
Fim da batalha
comemoro com um grande ato
de crueldade apaixonada
todos vão considerar para sempre ímpio e aboninável,
sem motivos,
o sacrifício do ser amado
[parafraseando "Heliogábalo" de Zé Celso]
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Penetrar Roma
Esquecer a Guerra
Festejar a coroação
luxo
cruzada sexual
Uma rainha que entrega à luxuria todas as cavidades de seu corpo
Reino da Anarquia
Nunca se ofereceu ao mundo exemplo de tão bela anarquia
[parafraseando "Heliogábalo" de Zé Celso]
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Falos
Galos castrados
Ritos dos mortos
Aranha de ferro
sangue
açafrão
ouro
tiara solar
Penetração em Roma
Greludas
Seios nus
Touros Zebús
Narcóticos bem dosados
Fogos
Plumas
Vento, bandeiras, brumas
Entro em Roma de costa
Dando a bunda
Ouro cintilando
Imenso sol
seguem as liteiras de minhas mães
[parafraseando "Heliogábalo" de Zé Celso]
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