A Maga - (Arcana I)
Aquela que mexe seu próprio caldeirão de luz. Planta luz para colher luz. Aquela que inicia, que dá o primeiro passo. Com as ferramentas que tem, com o corpo que precisou forjar na magia luminosa que é sua por direito, dentro do reino das sombras dos homens másculos e pálidos, a maga trama seu próprio mundo das transfêmeas de pau-cajado, mexendo os ingredientes disponíveis, com toda sua habilidade e inteligência. Ela mostra que a magia está no ar e que é possível fazer e acontecer. Amalgamados à luz de dentro do seu caldeirão, cinábrio vermelho, fluidos corporais, sangue, esperma, estrogênio, testosterona, suor, urina; um pouco daquilo que as que precisaram morrer pra que ela existisse deixaram, misturado àquilo a que o seu conciliábulo conspira e manifesta no presente, com o objetivo de continuar a linhagem e abrir caminhos às que virão.
A deusa Sol - (Arcana 19)
Aquela que é a própria personificação do brilho. Gente é pra brilhar. Na carta, uma criança nua e alegre com o seu cavalo, sendo banhada pelos raios solares da deusa Sol. As genitais tapadas para trazer a percepção da desgenerificação daquela corpa, sem que haja nenhum pressuposto do sistema sexo-gênero, pois se trata de uma criança, apenas. Uma criança alegre e livre, que brilha em sua pulsão de vida mais genuína. A deusa sol e seu brilho próprio, que emana de dentro pra fora em explosões de forças centrífugas. O brilho vaza pra fora de si e contamina todo e qualquer ser vivo que por seus raios forem afetados. O ser que se aproxima demais desta deusa precisa tomar cuidado, pois pode se queimar.
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