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Cursos & Oficinas

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Butô e as (po)éticas de Tatsumi Hijiata e Kazuo Ohno

A oficina propõe encontros teórico-práticos acerca dos processos de criação artística e concepções de corpo investigadas pelo fundador da Dança Butô, Tatsumi Hijikata, e seu principal colaborador, Kazuo Ohno; com foco em seu aspecto político-artístico na libertação das potências do corpo através de processos de diluição dos automatismos sociais, das ordenações civilizatórias, do controle biopolítico, em combate a todas as estruturas que estão a serviço de despotencializar e controlar a vida.
 
Constituída por referencial bibliográfico, palestra, práticas de dança e performance, a oficina apresenta os procedimentos de criação investigados pelo Núcleo Experimental de Butô para que o corpo experiencie as principais matrizes (po)éticas da dança butô acerca da vida, da morte, do corpo e da dança.

Além disso, oferece material consistente para maior conscientização do cenário sociopolítico e artístico desta manifestação vítima de equívocos em sua seara pelo mundo, contextualizando o participante do conteúdo ético, poético e político da Dança Butô, apartando a dança de uma instrumentalização estética ou do engessamento de matrizes visuais, fundamentando-a enquanto uma epistemologia de dança embasada em matrizes (po)éticas, isto é, uma manifestação cênica alicerçada uma pensamento fundamental, como uma ética ou uma arte de vida que revelou aspectos profundos da existência e o verdadeiro estado do corpo. 


Desse modo, a dança foi transformada e aprofundada até chegar ao nível de uma filosofia da carne.


Esta oficina já foi realizada em são paulo (UNICAMP, PUC-SP, O.C. OSWALD DE ANDRADE, Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo), Fortaleza (IFCE), Rio de Janeiro (MAM-RJ), Londrina (Usina Cultural), Belo Horizonte (Associação Casa do Estudante), e suas palestras foram apresentadas na Universidad Estadual Del Estado de Hidalgo (México), no II Encontro Internacional de Dança Infinita de Cusco (Peru) e na Ocupação Taanteatro no Teatro de Arena, espaço histórico de resistência da cidade de São Paulo. 


O conteúdo desta ação advém da dissertação de mestrado de Thiago Abel “(Po)éticas do ctônico: primeiros movimentos do butô no Brasil” (UNICAMP) e das explorações realizadas pelo Núcleo Experimental de Butô, laboratório cênico residente em São Paulo desde 2014 que investiga as (po)éticas deste projeto político-artístico, pesquisando seus desdobramentos no Brasil – após seis décadas de sua fundação em Tóquio – e experienciando práticas que possibilitem o acesso a essa manifestação artística repleta de inquietações ainda não exploradas e que permanecem relevantes à sociedade atual.

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Cosmovisões de Kazuo Ohno

Esta oficina é o módulo II da oficina "Butô e as (po)éticas de Tatsumi Hijikata e Kazuo Ohno", uma continuação que apresenta o legado sensível deixado ao mundo pelo o dançarino japonês Kazuo Ohno: uma espécie de filosofia (po)ética digna do estatuto de “Cosmovisão”, isto é, um conjunto de valores, crenças, sentimentos e concepções de natureza intuitiva a respeito do corpo, da existência, do Cosmos e do tempo. Criou uma filosofia do corpo e do ser cujo os principais tópicos são a inseparável relação entre os vivos e os mortos, as correspondências entre microcosmo e macrocosmo e a presença do divino no cotidiano.


A oficina apresenta os procedimentos de criação investigados pelo Núcleo Experimental de Butô, criados a partir de suas pesquisas e do contato com artistas brasileiras que estudaram com Ohno – em especial Maura Baiocchi, Ligia Verdi e Ana Chiesa – com o intuito de criar portas de acesso para que o corpo em dança experiencie matrizes (po)éticas geradas pelo artista.

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Butô e Terrorismo Poético: confluências entre Tatsumi Hijikata e Hakim Bey

A oficina propõe encontros teórico-práticos acerca dos processos de criação artística e concepções de corpo investigadas pela dança butô, com foco em sua investigação na diluição dos corpos sociais através de processos que tinham a metamorfose e a subversão do corpo como tema motriz, objetivando trazer à tona as potências da carne, este aspecto da existência que é soterrado pelas ordenações civilizatórias, pela biopolítica e por tudo aquilo a serviço de despotencializar e controlar a vida, capturando a força vital a seu serviço.


Neste trabalho, investiga-se as confluências entre o butô e o livro “CAOS: Terrorismo Poético e Outros Crimes Exemplares”, do historiador, escritor e poeta Hakim Bey, cujos escritos causaram grande impacto no movimento anarquista das últimas décadas.


A noção de Terrorismo poético pode ser encarada enquanto um processo de guerrilha simbólica, onde ações como arte-xerox, performances públicas e pichações geram algum nível de transformação do cotidiano e intensificação da vida.


É possível compreender o butô enquanto ação micropolítica capaz de instaurar novos modos de vida e de operar práticas decoloniais e anti-neoliberalistas, possibilitando reflexões acerca da necessidade de rebelar-se contra as estruturas sociopolíticas de controle e seus modos de exploração que permanecem ativos e em evolução: do colonialismo ao imperialismo, do imperialismo ao neoliberalismo.


A obra de Bey é inserida à proposição por ser capaz de potencializar as pistas deixadas por Hijikata acerca de suas operações de combate às biopolíticas, além de sugerir ações de terrorismo poético e arte-sabotagem capazes de estimular as pessoas a criarem experiências coletivas que de fato gerem transformações éticas, estéticas, clínicas e políticas.

Arriar o Butô em 7 Encruzilhadas

O que acontece quando macumbeiros resolvem gerar um caminho de dança a partir das inquietações do Ankoku Butô?

O corpo, ao gestar e parir criações, faz com que essas nasçam preenchidas das urgências de seu tempo e de sua terra.


Aqueles que dançam butô com olhos atentos às lutas políticas propostas pelo dançarino Tatsumi Hijikata, acabam por descobrir poderosos ingredientes para temperar a farofa brasileira: 

Arriar o butô na encruzilhada é um fortíssimo ebó capaz de desbaratinar as necropolíticas aqui presentes desde 1500, desenvolvidas pelo projeto colonial e aprimoradas pelo neoliberalismo.


A partir do cruzamento de matrizes poéticas, esta oficina propõe 7 práticas de dança:


- Exu: princípio do movimento e da alteridade
- Pomba-Gira: libertação de corpos e desejos
- Preto-Velho: dançar a Grande-Saúde
- Caboclo: aprender a ouvir pedras, rios e cobras-corais
- Erê: criança como insurreição permanente 
- Marinheiro: improvisações, derivas e cartografias
- Boiadeiro: saber da terra, cultivar de terreiros


Deste modo, são apresentadas ações e reflexões do Núcleo Experimental de Butô com o intuito de gerar pistas, fricções, estímulos e provocações àqueles que lutam dança na Améfrica Ladina, para que junt_s possamos semear um novo porvir no Brasil-Terreiro.

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