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A Crentes e Baianos, de Thiago Abel (Arte de Lucas Brunno).png

Dançarinos Macumbeiros, Macumbeiros Dançarinos:

O que os Encantados de Umbanda

nos ensinam sobre Dança?

Descrição:

Em um encontro de 3 horas de duração (1h30m de exposição teórica e 1h30 de prática de dança) apresentar-se-á uma interlocução entre os estudos de Luiz Antonio Simas e Luiz Rufino acerca daquilo que nomearam como Ciência Encantada das Macumbas e o Ankoku Butô, projeto político-artístico desenvolvido pelo dançrino japonês Tatsumi Hijikata em Tóquio ao fim do anos 1950.

O intuito é apresentar pistas de como os procedimentos de criação deste artista oferecem estratégias para a desestabilização das necropolíticas presentes no Brasil desde 1500, desenvolvidas pelo projeto colonial e aprimoradas pelo neoliberalismo.


Aqueles que dançam butô no Brasil com olhos atentos às lutas propostas por Hijikata desde o início do movimento, acabam por descobrir poderosos ingredientes para temperar a farofa que será entregue na encruzilhada.


Não trata de uma criação subserviente a uma noção substantiva de cultura brasileira ou japonesa, inserindo elementos típicos destes países, mas de apresentar os ricos e complexos fluxos que elaboram-se a partir das singularidades  de cada subjetividade e do contexto em que vivemos.


A partir do cruzamento de matrizes poéticas da dança butô com os cncantados da umbanda, os estudos teóricos apresentação 7 pistas:


- Exu: princípio do movimento e da alteridade

- Pomba-Gira: libertação de corpos e desejos

- Preto-Velho: dançar a Grande-Saúde

- Caboclo: aprender a ouvir pedras, rios e cobras-corais

- Erê: criança como insurreição permanente

- Marinheiro: improvisações, derivas e cartografias

- Boiadeiro: saber da terra, cultivar de terreiros

Já a parte prática contará com a realização do treinamento psicofísico e procedimento de criação CAIBALION, desenvolvido por Thiago Abel, fundador do Núcleo Experimental de Butô, com foco naquilo que Tatsumi Hijikata denominou como corpo morto, um antissistema que privilegiava o processo constante de decomposição e eliminação dos automatismos que bloqueiam e condicionam o corpo.


A partir de 7 danças (Girar, Vibrar, Expandir-Recolher, Desequilibrar, Ventilar, Espelhar e Morrer) busca-se a diluição dos corpos sociais em direção às potências da carne através de temas motrizes alicerçados na metamorfose e subversão do corpo.



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