louva aos céus.
colhe da terra.
se lambuza. se sente.
e doa. gira. dança. doa. canta e cansa.
o corpo se ergue e se estica. louva-se para norte, sul, leste e oeste. para todos os ventos. para todos os povos. para todos os tempos.
com a permissão garantida, é hora de colher. só quem respeita pode colher desta terra, lama, água, ar e cosmos. e colhe-se e se alimenta de cada punhado.
então, alça voo. primeiro com dificuldade. um lado sempre sai mais que o outro. mas, finalmente, consegue. e derrama suas penas como bênção para que outros também encontrem suas asas.
porém, se cansa. as penas são finitas. nenhuma deidade pode tudo, nem tanto. nenhuma. quer poder mais, mas respeita seu limite e se contenta com as penas que pode doar. agora, é preciso voltar a terra, dormir, acordar e percorrer todo caminho até recobrar suas cores. que serão depenadas de novo.
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